Carpete, ilhoses, ganchos
Boiler Room, Galeria Jaqueline Martins, Bruxelas.
Painéis de carpete revestem todas as paredes do espaço, pequeno mas intrincado, situado no porão da Galeria. Cortes nos painéis dão a ver os elementos subjacentes: portas fechadas, prateleiras vazias, interruptores, luminárias, o aquecedor, partes de um sistema de alarme, tubulações, vigas. Não há sobras: todos os recortes são incorporados à instalação, seja desdobrados, soltos no chão, pendurados em estruturas existentes ou amarrando outros recortes.
A instalação resiste a acrescentar informações alheias ao espaço. Seu principal procedimento é a saturação. O título, BASE LAYER, uma expressão usada para roupas de baixo, ressoa em alguns dos recortes menos ortodoxos, e também aponta para o fato de que a instalação parece acolher camadas adicionais, talvez outros trabalhos de arte. De todo modo, sua solução all-over, de um único material, empresta uma ambientação imersiva, densa, talvez sinistra ao espaço.