ANA DIAS BATISTA

Base Layer, 2023

Carpete, ilhoses, ganchos

Boiler Room, Galeria Jaqueline Martins, Bruxelas.


Painéis de carpete revestem todas as paredes do espaço, pequeno mas intrincado, situado no porão da Galeria. Cortes nos painéis dão a ver os elementos subjacentes: portas fechadas, prateleiras vazias, interruptores, luminárias, o aquecedor, partes de um sistema de alarme, tubulações, vigas. Não há sobras: todos os recortes são incorporados à instalação, seja desdobrados, soltos no chão, pendurados em estruturas existentes ou amarrando outros recortes.

A instalação resiste a acrescentar informações alheias ao espaço. Seu principal procedimento é a saturação. O título, BASE LAYER, uma expressão usada para roupas de baixo, ressoa em alguns dos recortes menos ortodoxos, e também aponta para o fato de que a instalação parece acolher camadas adicionais, talvez outros trabalhos de arte. De todo modo, sua solução all-over, de um único material, empresta uma ambientação imersiva, densa, talvez sinistra ao espaço.